UFMG reabre Museu Casa Padre Toledo em Tiradentes(AGORA COM VISITAS MONITORADAS POR ALUNOS DA UFSJ DE VARIOS CURSOS,COMO TEATRO,HISTORIA,MUSICA,FILOSOFIA,ARQUITETURA,E ETC...)
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A cidade mineira de Tiradentes, patrimônio histórico nacional, acaba de ganhar mais uma atração cultural com a reabertura, nesta quarta-feira, do Museu Casa Padre Toledo, restaurado pela UFMG. A inauguração dá início à implantação do campus cultural de Tiradentes, o primeiro do gênero no país. O reitor da Universidade, Clélio Campolina, destacou a importância da iniciativa. “O mundo desenvolvido preserva seu patrimônio histórico. Trabalhamos em conjunto em prol dos interesses da cidade, do estado e do país. O objetivo principal do campus de Tiradentes é, além da preservação do patrimônio e da divulgação da cultura mineira, a instalação na cidade de um centro de pesquisa focado na história do século 18.” A proposta, de acordo com o reitor, é que Tiradentes seja um centro de visitação nacional e internacional, inclusive para fins de pesquisa, tendo em vista que a UFMG é hoje referência mundial nessa área.
Sediado na residência setecentista do padre inconfidente Carlos Correia de Toledo e Melo, considerada uma das edificações urbanas históricas mais valiosas do Brasil, o museu estava em restauração desde 2010 e passa a abrigar rico acervo retratando o cotidiano de uma casa colonial e o ambiente religioso do século 18, além de exposições temporárias.
O pró-reitor de Planejamento da UFMG e coordenador-geral da implantação do museu, João Antonio de Paula, destacou que um dos projetos dos inconfidentes era fundar uma universidade em Minas Gerais. “Esse ideal se materializou com a UFMG, que, ao longo de seus 85 anos, formou muitos dos mais importantes nomes da cultura e da intelectualidade brasileiras. A UFMG cultiva a memória e, como os inconfidentes, também olha para o futuro. A Universidade quer fincar suas raízes em Minas Gerais e, a partir daí, ser uma antena que capta questões vindas de fora.”
O pró-reitor salientou que o museu é apenas parte de um complexo que a UFMG está implantando em Tiradentes, reafirmando o compromisso da Universidade de desenvolver Minas Gerais em todos os seus aspectos. “Ao reabrir o museu, estamos reafirmando o compromisso dos ideais mineiros, de liberdade, igualdade e solidariedade.”
O Museu Casa Padre Toledo – local onde os inconfidentes mineiros tiveram seu primeiro encontro, em 1788 – é um dos quatro imóveis localizados em Tiradentes que pertencem à Fundação Rodrigo Mello Franco de Andrade, controlada integralmente pela UFMG desde 2008. Os outros são os prédios da Câmara Municipal, da Cadeia Pública e do Centro de Estudos, Galeria e Biblioteca Miguel Lins. Juntos, eles vão compor o campus cultural da UFMG na cidade histórica mineira, localizada a 194 quilômetros de Belo Horizonte.
Durante a inauguração, foram assinados três protocolos de intenções. O primeiro diz respeito à cessão em comodato, pela UFMG, do prédio da cadeia ao Instituto Cultural Flávio Gutierrez para instalação do Museu de Sant’Anas. O segundo refere-se à cessão em comodato, pela UFMG, do antigo fórum à Câmara Municipal de Tiradentes, como recompensa pela cessão em comodato, pelo Governo de Minas Gerais, por meio do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha), do Solar dos Quatro Cantos, à Universidade, para instalação da Biblioteca de Referência de Estudos do Século XVIII, teor do terceiro protocolo assinado.
Restauração
Os trabalhos de restauração arquitetônica e artística e a concepção do projeto museológico realizados para a abertura do Museu Casa Padre Toledo foram coordenados pela UFMG e demandaram investimento de cerca de R$ 4 milhões, aportados pela Universidade e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O processo de restauração, além de complexo, revelou novos afrescos, com a descoberta, sob camadas de massa e tinta, de pinturas de grande valor histórico e artístico nas paredes e forros, que estão sendo recuperados por profissionais do Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis (Cecor), ligado à Escola de Belas-Artes da UFMG.
O museu é formado pelas salas Casa Padre Toledo, Espelhos, Cinco Sentidos, Universo Religioso e Cotidiano, além da sala que abriga a Coleção Brasiliana. O pró-reitor João Antonio de Paula explicou que o acervo ainda não é definitivo. “O acervo definitivo será fruto de um trabalho que está em desenvolvimento. Mas a ideia é que este seja um museu vivo, que se renove e seja local não só de preservação, mas também de pesquisas.”
A secretária de Cultura de Minas Gerais, Eliane Parreiras, afirmou que a reabertura do museu é uma forma de manter viva a memória da Inconfidência Mineira. “O Museu Casa Padre Toledo prestará um grande serviço a toda a comunidade mineira e a todo o país, juntamente com os outros equipamentos que vão compor o campus cultural da UFMG em Tiradentes.”
Novas tecnologias
Nos imóveis pertencentes à Fundação Rodrigo Mello Franco de Andrade, a UFMG vai implantar biblioteca sobre o século 18, um museu de arte sacra – com acervo de imagens de Sant’Ana, de propriedade do Instituto Cultural Flávio Gutierrez – e um centro de experimentação para a produção de conteúdos culturais e didáticos multimidiáticos, além do Museu Casa Padre Toledo.
Assim, pesquisadores e estudantes de áreas diversas – como museologia, arquivologia, história, conservação e restauração de bens móveis, dentre outras – terão à sua disposição novos e importantes equipamentos laboratoriais com o início das atividades do campus cultural.
“O campus cultural contará com dois polos, um focado na preservação do patrimônio e outro pensando no futuro, com a utilização de tecnologias de informação e comunicação. Além disso, Tiradentes abrigará uma documentação histórica sobre o século 18 sem paralelo no mundo, que será fonte para pesquisadores de todos os níveis”, salienta João Antonio de Paula.
Também participaram da solenidade de inauguração do Museu Casa Padre Toledo o prefeito de Tiradentes, Nilzio Barbosa; o presidente da Câmara Municipal de Tiradentes, Leonardo Matos; a vice-reitora da UFMG, Rocksane Norton; o prefeito de Ouro Preto, Ângelo Osvaldo Santos; Marcos Vinícius Alves, representante do BNDES; o presidente do Iepha-MG, Fernando Cabral; a presidente do Instituto Cultural Flávio Gutierrez, Ângela Gutierrez; Mário Ferrari, representante do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional; e o prefeito eleito de Tiradentes, Ralph Justino.
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