Como não poderia deixar de ser, Tiradentes
surgiu com a corrida do ouro no século XVIII. Foi
fundada por bandeirantes paulistas, que descobriram filões
de ouro nas encostas da Serra de São José.
Corria o ano de 1702 e o arraial recebeu o nome de Santo
Antônio do Rio das Mortes.
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Este mesmo rio foi um dos palcos do primeiro
grande conflito pela posse das jazidas de ouro: a Guerra
dos Emboabas (ver Falando sobre Minas – Corrida do Ouro).
As jazidas eram fartas e logo se formou um núcleo
povoado nos arredores da serra. Em 1704 o ouro também
seria encontrado no local onde hoje está São
João Del’Rei, que foi batizada de Arraial Novo. Santo
Antônio do Rio das Mortes ficou conhecida então
como Arraial Velho até 1718, quando foi elevado à
Vila de São José, em homenagem ao príncipe
D. José, futuro rei de Portugal.
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A abundância de ouro financiou uma série
de obras e benfeitorias na vila. Igrejas, capelas e várias
construções foram contempladas com o que de mais
valioso havia nas artes (barroco e rococó). Mestres foram
chamados para tocar com sua arte as construções.
Aleijadinho, o maior de todos, também esteve por lá.
O risco da fachada atual da Matriz de Santo Antônio foi
o último executado pelo artista, em 1810. Por volta de
1750 a vila já possuía um imenso território
que com o tempo foi se desmembrando em várias outras vilas
e arraiais. Deste território nasceram várias cidades
mineiras.
No início do século XIX as minas
de ouro já estavam praticamente exauridas. A decadência
se abateu sobre a vila, em nada lembrando os tempos áureos.
A agricultura e pecuária não foram capazes
de manter o fervor econômico. A vila adormecia para
o mundo, fator que reconhecemos hoje como fundamental para
a preservação de seu acervo arquitetônico.
O advento da República (1889), em seu esforço
para apagar qualquer lembrança dos tempos imperiais,
mudou o nome da Vila de São José Del’Rei para
Tiradentes. O mártir da Inconfidência Mineira
dava nome a uma nova cidade. Começava um tímido
processo de valorização do local.
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Em 1924 um grupo de intelectuais, participantes da
Semana de Arte Moderna (1922), visitou a cidade. Ficaram encantados
com o conjunto arquitetônico e artístico e foram
decisivos para seu reconhecimento como Patrimônio Histórico,
o que aconteceu em 1938. Bastaram algumas décadas para
que Tiradentes se firmasse como roteiro obrigatório no
currículo de viajantes experientes. Através do turismo
a cidade renasceu com todo o seu esplendor.
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